A última geração do modelo conhecido como lâmina de fogo é completamente nova e está mais potente e leve. Moto será importada oficialmente, chegando em agosto à rede exclusiva
No segmento de motos superesportivas sempre houve uma briga de gigantes, com modelos cada vez mais incrivelmente leves e potentes, desafiando a capacidade de pilotagem. Nessa guerra, a Honda tinha fama de conservadora, produzindo motos mais amigáveis, até que no fim do ano passado apresentou a quinta geração do modelo Fireblade, ou lâmina de fogo. Uma moto completamente nova, com mudanças no motor, quadro, escapamento e eletrônica, aumentando a potência e reduzindo o peso, para combater com as mesmas armas a concorrência.
A nova Fireblade tem escape com ponteira baixa, curta e grossa
O visual também mudou radicalmente, proporcionando à moto aspecto mais compacto, arredondado na dianteira e pontudo na traseira. Entretanto, o mercado, que já importava de forma independente o modelo, aproveitando a lentidão da montadora, aprovou as mudanças, sob o argumento de que moto superesportiva boa é aquela que anda bem. Agora, a própria Honda vai importar oficialmente o modelo, que chega em agosto em sua rede exclusiva para motos importadas, que conta com 72 concessionárias.
A dianteira é arredondada, enquanto a traseira é afilada, fazendo o contraste
FAXINA O preço é US$ 31.980, cerca de R$ 50 mil, no estado de São Paulo, sem óleo, frete e seguro. Os argumentos de convencimento da nova Fireblade estão por toda parte, começando pelo motor quatro cilindros em linha, que passou de 998cm³ para 999,8cm³, sem aumentar as dimensões externas, com redução das paredes internas. Com isso, os cilindros ficaram ligeiramente mais largos e com menor curso, possibilitando o aumento das rotações.
O resultado foi um ganho de potência, que subiu de 171,3cv a 11.250rpm para 178,1cv a 12.000rpm, e quase o mesmo torque, que passou de 11,7kgfm para 11,4kgfm nos mesmos 8.500rpm. Por outro lado, o peso baixou de 179kg a seco para 177kg, gerando uma relação peso/potência de mais de um cavalo para cada quilo. Com todo esse currículo, a Honda se preocupou em oferecer um modelo mais dócil na pilotagem, com uma entrega de potência mais suave, dotando o motor de um verdadeiro exército de chips eletrônicos para controlar a cavalaria.
O painel tem o conta-giros em destaque, enquanto as setas dianteiras foram deslocadas para os retrovisores
ELETRÔNICA Um batalhão de sensores monitoram os vários parâmetros do motor, que depois de processados regulam a injeção eletrônica de última geração, dotada de dois bicos injetores por cilindro. O segundo só entra quando a moto é exigida, com aumento das rotações, deixando as acelerações mais lineares. O escape, que agora tem saída baixa e curta, ajuda a concentrar e rebaixar as massas, dentro da filosofia de maior controle, desenvolvida nas pistas de competição.
O escapamento também tem sensores e válvulas que abrem e fecham, facilitando ou dificultando a saída dos gases, para aumentar o torque ou a potência, conforme as exigências. A ciclística também foi alterada, com novo quadro em alumínio mais leve, estreito e rígido, que tem o motor como parte integrante. A distância entre-eixos ficou ligeiramente maior (10mm), enquanto o banco está mais baixo e agora tem 820mm, deixando a ergonomia menos ortopédica. A suspensão dianteira, com tubos de 43mm de diâmetro, é invertida e a traseira, mono, com 138mm de curso. Ambas reguláveis. O freio dianteiro tem duplo disco de 320mm e o traseiro, disco simples de 220mm.