Suzuki lança a nova GSX1300R Hayabusa 2009

Acaba de chegar nas concessionárias Suzuki de todo o país a Nova Suzuki GSX1300R Hayabusa 2009, um modelo que se tornou mais do que uma super moto esportiva, passou a status de lenda. Ela é uma super moto que praticamente inaugurou um novo segmento, o das Ultimate Sports.

O modelo 2009 da Suzuki GSX1300R Hayabusa foi renovado, para alcançar níveis ainda mais altos de eficiência e dirigibilidade. A sua aerodinâmica melhorou, e foi também aplicado o mais avançado sistema de injeção eletrônica digital.A Nova Suzuki GSX1300R Hayabusa 2009 tem um motor quatro cilindros mais robusto. Seu desenho básico não foi alterado, com refrigeração líquida, sistema SRAD (Aríete de Ar Direto Suzuki), injeção eletrônica e quatro válvulas por cilindro.

Ela tem maior cilindrada agora: 1.340, ao invés de 1.299. Sua combustão também é mais eficiente, o que gera uma menor emissão de gases poluentes. O câmbio da Nova Suzuki GSX1300R Hayabusa 2009 é de seis marchas, com o Sistema de Assistência à Embreagem Suzuki (SCAS) operado hidraulicamente. O SCAS reduz a força necessária no manete para acionar a embreagem e suaviza os trancos nas reduções de marcha, contribuindo para o aumento do conforto e da segurança do piloto.

As rodas foram redesenhadas com três raios, construídas em liga de alumínio com 17 polegadas. Na dianteira, a eficiência de frenagem é garantida por duplo-disco flutuante, mordido por pinças Tokico de quatro pistões opostos de alumínio de montagem radial. A dimensão dos discos foi reduzida de 320 mm para 310 mm de diâmetro, com um aumento de 5,0 mm para 5,5 mm na espessura, reduzindo a inércia do conjunto e melhorando o desempenho da suspensão.

O painel de instrumentos da Nova Suzuki GSX1300R Hayabusa 2009 é bem completo, com tacômetro, velocímetro, marcador de combustível e de temperatura do líquido de arrefecimento estão distribuídos em quatro marcadores de mesmo tamanho. Há também luzes indicadoras de nível baixo de combustível, superaquecimento do líquido de arrefecimento, neutro, setas, luz alta, pressão do óleo e funcionamento da injeção eletrônica.

A nova Hayabusa pode ser encontrada nas Concessionárias Autorizadas Suzuki nas cores laranja, branca, azul e preta, a um preço sugerido de R$61.200,00.

222 Curvas - Foi o desafio da Buell Ulysses numa serra repleta de curvas

A big trail Buell Ulysses também é boa de curva? Rodamos mais de 600 km em um roteiro bate-evolta de São Paulo a Águas de Lindóia para descobrir

ulysses-abre.jpg

Texto: Francis Vieira - Fotos: Mario Villaescusa

Eram quase 10 horas da manhã. O sol parecia estar mais brilhante e insinuava que o dia seria perfeito para pegar a estrada e curtir as curvas de uma serra qualquer. Desci para a garagem e virei a chave -- que estranhamente fica na lateral esquerda, abaixo do painel -- da Buell Ulysses XB12X, que esquentava enquanto eu decidia qual seria o destino do dia. "Melhor não demorar", pensei, "o barulho desse V2 vai acordar os vizinhos". Estava decidido: o trajeto até Águas de Lindóia (SP) passando por Morungaba e Serra Negra teria 222 curvas me esperando.

Ainda na minha rua percebi que aquela vibração do V2 tinha praticamente sumido. Em marcha lenta, com a moto ainda na garagem, até o retrovisor tremia. Olhei para o guidão procurando os coxins que ajudariam a eliminar a vibração e fiquei surpreso ao descobrir que o guidão é fixado diretamente na mesa superior, sem qualquer dispositivo para absorver o treme-treme do motor 1200 cc. Saindo de São Paulo esse motor já me impressionava. Apesar da cilindrada, não esperava um desempenho esportivo por causa da herança da Harley-Davidson Sportster 1200. Os 103 cv de potência a 6.800 rpm não mentem. O motor é poderoso e o acelerador precisa ser tratado com suavidade, ou a frente levanta. Mesmo que o torque máximo de 11,6 kgf.m só esteja disponível a 6.000 rpm, boa parte está a postos desde 2.500 giros.

É possível trocar as marchas cedo sem perder a cavalar retomada que vem junto com uma pancada no estômago. Quando estiquei, a primeira marcha me levou a 90 km/h, com o corte da alimentação a 7.500 rpm. O calor que vinha do motor incomodava, e a ventoinha funcionava continuamente. Outra característica negativa que surgiu ainda na cidade foi a limitação de esterçamento do guidão, o que inúmeras vezes me obrigou a esperar atrás dos carros. Bastou escapar de São Paulo pela Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) para tudo ficar melhor.

ulysses-4.jpg

Farol oferece ótima iluminação

A lenda prevalece

Já viajando pela bem conservada Rodovia dos Bandeirantes a sensação era de flutuar sobre a estrada. Com velocidade entre 100 e 120 km/h não era possível sequer ouvir o ronco do motor, que neste ritmo trabalhava entre 3.000 e 3.500 rpm. Barulho de corrente, nem pensar! A transmissão secundária por correia dentada, além de silenciosa, significa menos preocupação durante a viagem. Nada de lubrificar a corrente ou ajustar a folga... O único som que me acompanhava vinha do ar passando pelo capacete, após ser deslocado pelo pequeno e útil pára-brisa. E o conforto não pára por aí. A posição de pilotagem é das melhores: o guidão ligeiramente largo e alto facilita o relaxamento dos braços.

Fácil mesmo é elogiar o banco da Ulysses. Largo, de espuma macia e formato anatômico permite ótimo encaixe do piloto. Tem revestimento antiderrapante e proporções generosas. Se por um lado o banco garante o conforto, a altura (841 mm) dificulta a vida de pessoas de menor estatura. Quem mede 1,80 m já fica no limite para encostar os pés no chão com segurança. Para mim, com 1,84 m, a viagem estava ótima. E após passar por um túnel, testar a iluminação do farol e comprovar que o ronco do motor mal produziu eco, tive certeza que continuaria assim até a volta.

ulysses-3.jpg

Donos de esportivas não entendiam aquele grandalhona no retrovisor

A curiosidade pela Buell Ulysses tem uma razão simples. A big trail da marca não tem o entre-eixos curtíssimo (1.374 mm) e o centro de gravidade tão baixo quanto de modelos como a Lightning (1.321 mm), que fazem a fama da marca como a campeã das curvas. A vocação estradeira também se reflete em suspensões completamente reguláveis e de longo curso, com 165 mm na dianteira e 162 mm na traseira. As suspensões da Lightning têm curso de 120 mm na dianteira e 129 mm na traseira, apenas para servir de parâmetro. Na prática, as suspensões da Ulysses são mais valentes para enfrentar os buracos e o entre-eixos maior se reverte em ganho de estabilidade nas retas. Entretanto, não pense que o desempenho nas curvas foi comprometido. Para uma big trail o centro de gravidade é de fato baixo e os pneus de medidas esportivas (120/17 na dianteira e 180/17 na traseira) permitem à moto acompanhar com facilidade nakeds e até esportivas. Para espanto de seus pilotos, que viam aquela grandalhona amarela sempre próxima pelo retrovisor e as vezes até sumir na frente.

Meia-volta

Depois de percorrer pouco mais de 150 km até a cidade de Amparo (SP), o cenário finalmente mudava. As largas e retas rodovias davam lugar a uma sinuosa estrada repleta de curvas. Local muito visitado por motociclistas de todo o País, atraídos pelas intermináveis curvas de serra que atravessam quatro cidades: Morungaba, Serra Negra, Lindóia e Águas de Lindóia. Diversão para quem gosta de acelerar e para aqueles que buscam o ar puro e as belas paisagens serranas.

ulysses-correia-M.jpg ulysses-disco-m.jpg ulysses-motor-m.jpg

A 8 km da divisa de São Paulo com Minas Gerais, Águas de Lindóia é cercada por montanhas e formações rochosas como o Morro Pelado, com 1.400 m de altitude, além de oferecer atrativos como a deliciosa culinária mineira e o turismo rural. Seria a cerejinha do bolo, afinal, o que me interessava era o caminho até lá.

Em curvas de qualquer raio a Ulysses demonstrava uma obediência incrível, e assim seguiu, sempre estável. É como estar numa montanha-russa, com o vagão sempre grudado nos trilhos. O ataque às curvas e as mudanças bruscas de direção eram feitos com um controle que invejava os companheiros das esportivas.

Quando foi preciso, o sistema de freio dianteiro da Buell chamou atenção. Não apenas pela excêntrica fixação no aro ou os exagerados 375 mm de diâmetro, mas porque basta acionar o manete para a pinça de seis pistões comprovar a eficiência do sistema, muito além da estética. Um dedo era suficiente para uma frenagem segura. O freio traseiro possui um disco fixado de forma tradicional, com 240 mm e pinça simples. Na serra os freios foram constantemente requisitados e não apresentaram fadiga em nenhum momento.

"Já?" Um rapaz me olhava de um jeito esquisito enquanto eu falava sozinho. Não contive a expressão de surpresa quando encostei a moto ao lado do portal de Águas de Lindóia para fotografar. Se a viagem foi realmente rápida ou o conforto me fez esquecer do tempo, não sei. O caminho até lá foi mais divertido do que imaginei e, pode acreditar, dei meia-volta para descer e subir a serra novamente antes de almoçar na cidade.

ulysses-2.jpg

Aqui se faz, aqui se paga

A relação de transmissão longa e o V2 com boa parte do torque disponível a baixa rotação são bons companheiros de viagem. Viajando a até 120 km/h o motor trabalha próximo de 3.500 rpm, o que permite o consumo de 21,5 km/l. O consumo mínimo durante o teste foi de 12,7 km/l, quando exigido um comportamento esportivo da moto. A capacidade de 16,7 litros do tanque significa uma autonomia de cerca de 350 km. A velocidade máxima foi de 228 km/h

Opinião

Um conjunto de estilo inconfundível, suspensões e freios eficientes e muito torque. Assim pode ser resumida a Buell Ulysses. Em meio a tantas qualidades tenho que ressaltar os defeitos: o peso de 193 kg compromete a agilidade na cidade, o limite de esterçamento do guidão dificulta as manobras e, por ter um motor de 1200 cc, acredito que falta potência (praticamente a mesma da Hornet, mas com o dobro da cilindrada).


ulysses-curva-m.jpg ulysses-painel-m.jpg ulysses-disney-m.jpg