A) Viagens Longas – Viaje Só ou em Pequeno Grupo
A experiência de muitos viajantes, comprova que longas viagens em grupo podem se tornar estressantes por aspectos como:
1)Detalhes do “dia-a-dia”, que parecem irrelevantes, podem ser os grandes complicadores;
2)Nem todos estão dispostos a ceder;
3)Em algumas situações, já tem ocorrido de, no meio da viagem, um seguir sem o outro e, quando não acaba uma bela amizade, fica rancor entre as partes;
Que fazer ?
Quem sente-se inseguro em viajar sozinho, deve procurar um ou poucos companheiros e discutir antecipadamente aspectos pessoais (manias e aspirações), além de aspectos relacionados à viagem.
B) Viagens Curtas/Passeios - Viaje em Grupo
Viagens relativamente curtas, como passeios ou ida a Encontros e Confraternizações, ficam mais animadas em Grupo:
1)Manias individuais não chegam a afetar o relacionamento num curto espaço de tempo;
2)O ambiente de “festa” normalmente favorece o relacionamento, inclusive de novas amizades;
3)Quanto maior o Grupo, maior a probabilidade de ocorrência de panes, acidentes ou incidentes, cuja solução pode ser melhor administrada pelo maior número de participantes.
Que fazer ?
Convide amigos, sejam ou não do seu Grupo, para fazer esse tipo de viagem.
C) O que Levar ?
Há itens que são imprescindíveis, porém não leve nada “apenas por levar”. Algumas sugestões:
1)Levar componentes que, se inexistentes, poderão deixá-lo “na mão”, como cabo de acelerador ou embreagem, manetes, fusíveis, vela, lâmpadas, etc.;
2)Um jogo de câmaras de ar, kit de reparo ou spray inflável;
3)Um pedaço de arame ou uma fita “silver tape” faz milagres em determinadas situações;
4)Cópia de chaves(preferentemente com outra pessoa).
Importante: Se a viagem for em grupo e com motos iguais, uma sugestão é cada um levar determinados componentes sem repetição pelos demais.
D) Viagens pela América do Sul
Seguro Carta Verde - Mercosul
Quem pretende viajar pelos Países do Mercosul deve estar ciente da obrigatoriedade desse tipo de seguro, de difíciel emissão pelas corretoras de seguro. Umas das poucas que sabemos emitir é a Magna Corretora de Seguros, de Curitiba (tel 041) 3322-0388, cujas orientações da própria repassamos a seguir:
...informamos que a aceitação de seguro Carta Verde para motociclistas é restrita. A Seguradora somente aceita motocicletas acima de 250 cc. e o condutor deverá ter idade superior a 21 anos.Para emissão devem ser transmitidos via fax (041-3225-1467) os seguintes documentos:
1) Do condutor: Nome completo, CPF, RG, CNH e comprovante de endereço.
2) Do veículo: Marca, Modelo, Placa, Chassi, Ano, bem como o DUT.
As coberturas abrangem a Argentina. Chile, Paraguai e Uruguai e os custos são: 07 dias = US$ 22,72, 15 dias = US$ 39,66 e 30 dias = US$ 68,17
Os valores acima serão convertidos pelo dólar comercial de venda do dia da contratação do seguro, incluindo o custo do sedex, para encaminhamento do certificado.
Magna Corretora de Seguros Ltda - Maria Rita Moscardini Fabiani
Dicas de Rodovias
(Texto publicado no "Caderno de Turismo do Estadão" em 25/04/06
Viajar por terra pela América do Sul exige planejamento rigoroso - tarefa inglória, uma vez que as informações sobre os vários (e são muitos!) itinerários possíveis são esparsas e estão, geralmente, desatualizadas. As estradas brasileiras apresentam estado precário, mas alguns países vizinhos conseguem a façanha de ter rodovias ainda piores. Peru e Bolívia são campeões em rotas que, além de mal cuidadas, oferecem perigos extremos, como falta de sinalização em locais críticos.
E, para complicar ainda mais, foram abertas em meio a uma geografia apocalíptica: serpenteiam, sem proteção, à beira de precipícios monstruosos. Em muitos casos, nesses países os mapas indicam estradas que não passam de trilhas sulcadas em meio a planícies situadas a 4 mil metros de altura - ou até mais - sobre o nível do mar.
A Colômbia conta com uma boa malha viária em boas condições de manutenção na região ocidental, mas não proporciona segurança aos visitantes. O país é conflagrado há décadas pela guerrilha. No sul, são comuns os bloqueios rodoviários impostos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a mais antiga organização guerrilheira em atividade no continente. No norte, a guerrilha de direita, que se denomina Autodefesas Camponesas, faz o mesmo.
Nos dois casos, o viajante é revistado, espoliado e, se for considerado suspeito de colaborar com as forças de segurança - suspeição que atinge também os estrangeiros -, a vítima corre sério risco de engrossar as estatísticas dos mortos.
A Venezuela tem boas estradas herdadas dos tempos áureos do petróleo, mas em muitos trechos malconservadas. O problema lá, porém, não são as estradas e sim os policiais da Guarda Nacional que as patrulham. Eles não têm escrúpulo em extorquir o motorista estrangeiro. Procedimento similar, aliás, aos policiais rodoviários que atuam no norte da Argentina, onde se concentra o fluxo de veículos procedente de Brasil, Paraguai e Uruguai. O pagamento de propina nessas estradas é quase inevitável.
Segurança e conforto - Chile e Argentina são os países que oferecem os roteiros mais seguros e confortáveis e as melhores rodovias - com pedágios em muitos trechos, porém cobrando valores significativamente inferiores aos do Brasil. O nordeste da Argentina, que faz fronteira com Brasil e Paraguai, é monótono; o noroeste, fronteiriço com Chile e Bolívia, é fascinante, e o sul, dominado pelas estepes da Patagônia, um desafio à resistência e perseverança do viajante.
Quem se aventurar a cruzar os mais de 3 mil quilômetros de monotonia que separam Buenos Aires de Ushuaia, às margens do Canal de Beagle, terá o privilégio de conhecer uma das regiões mais belas do mundo: a Terra do Fogo, separada do continente pelo Estreito de Magalhães, que pode ser cruzado a bordo de um ferryboat que chacoalha e chacoalha e chacoalha. O Chile é lindo de norte a sul. O país tem 7 mil quilômetros de extensão e sua maior largura é de meros 200 quilômetros. Três mil quilômetros do território chileno não podem ser percorridos. Ficam no sul, onde terra firme não existe: o que há são canais, fiordes, ilhas e um glacial que tem início quase em sua extremidade, no Parque Nacional Torres Del Paine. E o norte é dominado pelo Deserto de Atacama, um dos mais inóspitos e, ao mesmo tempo, belos do mundo porque se estende ao longo da Cordilheira dos Andes, sempre presente, sempre visível.
Justiça seja feita: o Equador é um país atraente e fácil de ser percorrido de carro. O ideal é cruzá-lo pela região central, que, além da histórica cidade de Cuenca (é lá que se fabricam os autênticos chapéus Panamá), é delimitada por uma fileira de vulcões majestosos - alguns extintos, muitos ainda em atividade. É possível também viajar pelo litoral, dominado por florestas, bananais infinitos e praias convidativas. O problema é chegar lá. O país só é acessível pelo norte e pelo sul; a leste está a Amazônia e a oeste, o mar.
Fique esperto - Por razões sanitárias, países como Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, e Venezuela exigem o Certificado Internacional de Vacinação da Febre Amarela. Países mais ao Sul do Continente também fazem essa exigência, porém é algo que dificilmente impede o ingresso do viajante (Sane suas dúvidas diretamente nas respectivas Embaixadas).
E) Acessórios Pessoais
Lembre-se: Acessórios pessoais ou são simples (e baratos !) requerendo complementos ou são sofisticados (e caros !), dispensando-os.......porém evite o “meio termo”.
1)As melhores roupas são as de cordura que tanto protegem do frio quanto da chuva;
2)Botas e luvas são itens de difícil solução: ou passam frio e são impermeáveis ou fazem exatamente o contrário (exceto quando o produto é de alta tecnologia e normalmente caro). Entretanto, quem já viajou para regiões extremamente frias ou chuvosas, sabe a falta que esses 2 itens fazem;
3)Um bom capacete é essencial, porém “ser bom” não quer dizer que tenha que custar uma exorbitância.
F) Quanto Custa Viajar ?
Despesa de viagem é algo um tanto subjetivo, pois depende do nível de exigência pessoal de cada viajante. Uns preferem pernoitar em hotéis, se alimentar normalmente e utilizar uma moto que, necessariamente, não necessita ser econômica, ao passo que outros utilizam barraca, se alimentam de forma mais barata e fazem uso de moto, também, mais econômica.
De qualquer forma, viajar no Território Brasileiro pode ser facilmente calculado. Para viagens pela América do Sul, considerando nossa experiência, recomendamos trabalhar com a média diária de U$ de 70 (casal) e U$ 50 (1 pessoa), valores que podem ser inferiores, levando em conta o acima exposto.
G) Alimentação
Ao meio dia faça a opção por alimentos leves e evite bebidas alcoólicas. À noite, coma aquilo que desejar, afinal, depois de kms e kms, o mais provável é que você irá dormir mais cedo.
H) Hospedagem e Segurança
Seja a opção de hospedagem em hotel ou camping, considere os seguintes aspectos:
1)Prefira locais onde a a moto possa ficar abrigada, caso contrário, retire toda a bagagem ou acessórios que possam ser facilmente subtraídos pelos “amigos do alheio”;
2)Tenha sempre um acessório de segurança adicional, como trava, corrente ou cadeado;
3)Não guarde seu dinheiro num único local, seja na moto ou nos próprios bolsos;
4)Evite trocar dinheiro com cambistas nas ruas. Prefira o câmbio nas próprias aduanas.